História

Origem

O escotismo nasceu na Inglaterra durante os primeiros anos do século XX. Fundado por Lord Baden-Powell em 1907, muito rapidamente ele atravessou as fronteiras do Império Britânico, para as quais havia sido projetado inicialmente, e se expandiu em todo o mundo.

Chegando à Bélgica, à Itália e à França, países de longa tradição católica, o escotismo logo começou ser desenvolvido, oficialmente, de modo confessional, por iniciativa de um sacerdote e dois leigos: padre Jacques Sevin (francês), o professor Jean Corbisier (belga) e o conde Mario di Carpegna (italiano). Em seus respectivos países, eles promoveram as primeiras associações católicas do Movimento: “Escoteiros da França”, “Escoteiros Belgas de Baden-Powell” e “Associação Scautistica Cattolica Italiana” (ASCI). Por meio de seu compromisso, também nasceu o “Escritório Internacional de Escoteiros Católicos”, para ser um ponto de referência para todos os escoteiros católicos.

Sevin, Corbisier e Carpegna conseguiram adaptar um método educacional nascido de origem anglo-saxã e protestante ao contexto latino e católico de seus países, sem modificá-lo. Baden-Powell disse: “Nosso método tem quatro objetivos: treinamento de caráter, senso prático, saúde e força e serviço aos outros”. Os fundadores do escotismo católico enfatizaram um quinto objetivo: O sentido de Deus.

 

Lord Robert Baden-Powell (Grã-Bretanha) Pe. Jacques Sevin, SJ (França) Professor Jean Corbisier (Bélgica) Conde Mario di Carpegna (Itália)

A Federação do Escotismo Europeu

Anos depois, após a Segunda Guerra Mundial, quando alguns tentavam construir novas iniciativas educacionais populares, novos educadores voltaram às propostas feitas pelos fundadores do escotismo católico.

Em 01 de novembro de 1956, em Colônia, na Alemanha, cerca de trinta jovens líderes alemães e franceses se reuniram; eles eram católicos, protestantes e ortodoxos. O encontro deu origem à “Federação do Escotismo Europeu”.

Após três dias de reunião, eles concordaram com um documento em dez artigos, ou seja, o Estatuto Federal. O primeiro artigo diz: “A Federação do Escotismo Europeu é fundada. É uma associação internacional de escotismo, composta por seções nacionais. Seu objetivo é praticar o método Escoteiro de Baden-Powell, dentro do quadro europeu e nas bases cristãs incluídas na idéia de uma Europa unida. ”

Como emblema oficial de todas as associações, a Federação adotou uma cruz de malta com oito pontas e uma flor-de-lis dourada. Essa escolha não foi feita por acaso, pois no Dia de Todos os Santos a Igreja proclama solenemente as oito bem-aventuranças para o mundo inteiro. Para a FSE, essas bem-aventuranças são precisamente simbolizadas pelas oito pontas de seu emblema.A partir do dia 01 de novembro de 1956, o Conselho Federal passou a se reunir anualmente, e assim o faz ainda nos dias de hoje. Na reunião do Conselho Federal do ano seguinte, foi escrito um segundo texto, intitulado “Diretório Religioso”, que desenvolveu o primeiro artigo do Estatuto Federal e estabeleceu as regras da vida religiosa nas unidades. O Diretório Religioso de 1957 diz em seu primeiro artigo: “A organização chamada Federação de Escotismo Europeu reconhece todo o valor da fé cristã. Ele age e toma decisões de acordo com as regras dessa fé”.

O Escotismo no Brasil

Em 1909, pouco tempo após o escotismo ser fundado por B-P, já surgiam iniciativas semelhantes no Brasil trazidas inicialmente por oficiais da Marinha.

Em 1910, foi fundada oficialmente a primeira associação de escoteiros em terras brasileiras, o Centro de Boys Scouts do Brasil. Aos poucos, inúmeros grupos foram criados em todo o país.

No Rio de Janeiro, concentraram-se a partir da década de 1910, as sedes de diversas federações de escoteiros (Federação Brasileira de Escoteiros de Terra, Federação de Escoteiros do Mar e Associação de Escoteiros Católicos do Brasil, dentre outras tantas), além de grupos ligados a clubes esportivos, como Botafogo, Flamengo e Fluminense, instituições militares e grupos independentes.

O primeiro grupo de escoteiros católicos brasileiros surgiu em 1917 na paróquia de São João Batista Lagoa, por iniciativa de alguns religiosos, dentre eles o vigário monsenhor André Arcoverde, denominado Associação de Escoteiros Católicos. (BLOWER, Bernard David, 1994).

Em 1919, nasceu outro grupo católico, vinculado à Escola Popular de São Bento, também na cidade do Rio de Janeiro. Ainda em 1919, a União Católica Brasileira, que congregava a Mocidade Católica, criou a Escola de Instrutores, com o objetivo de formar chefes escoteiros católicos. Os chefes formados nesse curso fundaram diversos grupos, que se uniram, no mesmo ano, para criar a Associação de Escoteiros Católicos do Brasil (AECB), que passou a congregar o escotismo católico brasileiro. Já em 1920, filiou-se ao à entidade máxima do escotismo mundial, em Londres, e se tornou a entidade representante do escotismo nacional perante aquele órgão. Tal fato demonstra a força do Movimento católico, que rapidamente se estruturou no país. Nos anos de 1922 e 1923, a AECB promoveu o I e II Congresso Escoteiro Brasileiro na Capital Federal. (NASCIMENTO, Adalson de Oliveira, 2004)

Em 1924 foi criada a associação União dos Escoteiros do Brasil (UEB), e por volta da mesma época, criou-se a Federação das Bandeirantes do Brasil (FBB).

Muitas décadas depois, outros católicos, ao buscarem uma associação escoteira de inspiração confessional encontram a proposta da União Internacional de Guias e Escoteiros da Europa – UIGSE, sendo uma resposta para seus desejos. Uma federação católica de Direito Pontifício.

A AGEBR teve seu início em 2013 no Rio Grande do Sul, mas logo a sua proposta se espalhou por vários Estados.

Em 2019 é organizada juridicamente, a Associação Guias e Escoteiros Católicos do Brasil – AGEBR, que adota a pedagogia da UIGSE-FSE, os mesmos uniformes, mesma pedagogia, o mesmo cerimonial e os mesmos textos fundamentais.

A AGEBR aplica um escotismo católico para católicos. Não só professamos integralmente a fé católica e aderimos ao Magistério da Igreja como também preservamos o escotismo original de B-P com rigorosa observância do método escoteiro, a vida ao ar livre, e o sistema de patrulhas tais quais foram concebidos pelo fundador.