PEQUENA PARTILHA SOBRE A IMPORTÂNCIA DO ESCOTISMO CATÓLICO EM MINHA VIDA
Eu me tornei escoteiro tardiamente. Qualquer pessoa que me conhece bem já ouviu a história, longa demais para ser contada aqui. Basta dizer que era um desejo de infância que só se realizou quando eu havia recém-completado 30 anos.
Desde então, descobri coisas incríveis no Escotismo. Era, afinal, um ideal prático de vida que me trazia bastante alegria. Curiosamente (e talvez um pouco assustadoramente), a única outra experiência semelhante que eu havia feito até então em minha existência havia sido a própria experiência da Fé, desde muitos anos antes…
O Evangelho, porém, é claro: não se pode servir a dois senhores (Mt 6, 24). Parece exagero colocar as coisas assim, mas afirmo que era essa a minha realidade porque, durante certo período, fiquei dividido. O tempo requerido para servir em minhas atividades na Igreja era agora dividido com o tempo dedicado a este ideal maravilhoso que eu sempre quis viver, e no qual finalmente havia mergulhado de cabeça! No fim das contas, essa divisão não me deixava fazer com dedicação e esmero nem uma coisa nem outra! O que fazer, neste caso?
A resposta veio após um processo que ouso chamar de discernimento vocacional, com o peso que estas palavras costumam ter. Com muito estudo, comecei a compreender melhor as ideias do fundador do Escotismo, Baden-Powell. Paralelamente, tive contato com o ESCOTISMO CATÓLICO e conheci a carismática figura do Padre Jacques Sevin, SJ (1882-1951), o “homem que melhor realizou as ideias do Escotismo”, segundo o próprio fundador. Tudo isso, aliado à oração, me trouxe o discernimento de que era no ESCOTISMO CATÓLICO que eu deveria ingressar, conjugando minha Fé com este curioso caminho de apostolado e santificação, aparentemente tão parecido mas, na verdade, tão diferente de tudo que eu conhecera até então!
Dei o passo decisivo, confiante de que ao fazer isso eu teria a chance de deixar Deus realizar sua vontade em minha vida. E qual é a vontade de Deus, senão a de que sejamos salvos (cf. Jo 6, 39)? Foi assim que, num gratificante recomeço, dispus-me a escutar e acolher novamente tudo que eu achava que sabia. E o ESCOTISMO CATÓLICO me deu a chance de abrir – não, de escancarar! – as portas do meu coração a Cristo que batia, desejoso de me salvar. Recomecei no Escotismo e, de certo modo, recomecei também em minha caminhada eclesial.
No ESCOTISMO CATÓLICO eu descobri – agora sim! – uma comunidade de irmãos que deseja ser reflexo e transparência de Jesus uns para os outros. Mesmo em minhas imperfeições, na convivência com adultos e jovens (todos igualmente imperfeitos como eu) experimento como que uma antessala do Céu. E é para esse mesmo Céu que eu desejo ardentemente que todos nós, sem exceção, nos dirijamos, lá no Céu onde “vai ser uma festança”, como dizia São Joao Bosco aos seus meninos! Esse é o desejo que o bom Deus, em sua misericórdia e paciência, misteriosamente planta em nossos corações: a santidade!
É claro que o caminho é árduo mas, enquanto o percorro, o ESCOTISMO CATÓLICO é o tesouro que Deus me pede para carregar no meu pobre vaso de barro (cf. II Cor 4, 7). Se eu tenho alguma preocupação excessiva com isso, como se as coisas dependessem só de mim? Sinceramente, já tive. Agora, não mais, porque Deus mesmo sabe o caminho. Eu só preciso deixar que Ele continue a me guiar.
Semper Parati.
Texto: Ch. Leonardo Seville – Comissário Provincial do Centro-Oeste